sábado, 29 de maio de 2010

Devaneios apenas devaneios

Eu lembro da primeira vez que eu vi o mar...não na TV, mas ao vivo, presencialmente, foi algo inesquecível pra mim, era como se fosse a realização de um grande sonho, nossa! O ano acho que foi 2003, eu tinha 13 anos de idade, quando eu olhei pela janela do ônibus, lembro como se fosse hoje, depois de uma noite inteira sem prega o olho, inquieto, ansioso, eu queria muito chega logo, mas Uruguaiana fica longe pra burro de Torres, onde estávamos indo, enfim depois de quase 10 horas eu finalmente consegui enxergar o mar de perto, aquela monstruosidade de água, que ao mesmo tempo que te fascina, te impõe medo por tão grande que é, mal podia esperar o momento do desembarque é claro, chegar deixar as malas em qualquer canto, e correr pra entrar oceano adentro, brincar com as ondas, se divertir, sentar na beira da praia, sentir o gosto da água salgada do mar, sabe, toda aquela adrenalina contida pela realização de um sonho, toda a novidade é empolgante, e eu estava lá, uma pilha de nervoso pra ir logo, até que chegou o momento, depois de alguns contratempos na busca por uma moradia passageira fomos ao que interessava, quanto mais perto, mais o coração batia, eu já não sabia se era medo, felicidade, euforia, qualquer tipo de sentimento, ficamos assim quando estamos fazendo o que realmente queremos e gostando, entrei no mar... e logo percebi que a água era muito fria, demais de fria, e também o gosto era horrível, e as ondas perigosas, até mesmo pareciam querer me levar cada vez mais para o fundo do mar, e também me deslocar do meu local original, e lá se foi toda minha empolgação, eu fiquei frustrado, mesmo, eu finalmente tinha realizado o sonho de poder estar na praia, entrar no mar, e tão logo consegui me decepcionei, se é que posso dizer assim, porém o que importa é que embora meu sonho fosse grande de chegar lá, e entrar na água, eu não podia ter a certeza que seria agradável estar lá, dentro do mar, os sonhos muitas vezes nos cegam, focamos neles com tanta determinação, que esquecemos de analisar fatores que podem não nos satisfazer, nem sempre o que queremos é o que é melhor para nós (parece o que a minha mãe me fala as vezes). Hoje eu sei que o mar não é uma piscina, ele é um sonho que eu tive a oportunidade de ter realmente algumas vezes, quem sabe antes eu não estava preparado para poder desfrutar de toda sua beleza e grandiosidade, aprender a lidar com as ondas, ter cuidado com a maré, ficar atento com o repuxo, e saber que a água é gelada mesmo, eu quero morar na praia, uma má experiência nunca é em vão, ela deve nos levar a pensar como podemos fazer de um jeito diferente da próxima vez.

Um comentário:

Éderson disse...

Sonhos olho do cú !